segunda-feira, 16 de julho de 2012

VÍDEO "O OLHO PESCA"




Realizado para o Fórum Mineiro de Saúde Mental, por ocasião da exposição homônima realizada no Museu Mineiro com trabalhos dos usuários do sistema de saúde mental. O vídeo dá voz aos artistas, prescindindo da opinião dos especialistas.
Ficha Técnica:
| DIREÇÃO E ROTEIRO: beth miranda e chico de paula | FOTOGRAFIA: chico de paula | FINALIZAÇÃO: anselmo lafetá | PRODUÇÃO: emvídeo | TRILHA ORIGINAL : oficina dos usuários | DATA: 1996 |

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Sobre o tratamento compulsório para o crack


Recuperação é baixa na internação via JustiçaApesar de recomendado nos casos extremos, tratamento compulsório para crack tem taxa de sucesso insignificante

(Estado de Minas)
Publicação: 11/06/2012 06:38 Atualização: 11/06/2012 07:03
A internação compulsória, determinada pela Justiça mesmo sem a concordância do dependente, apesar de polêmica, ainda é considerada a saída para casos extremos, até mesmo pelos críticos da medida. Ainda assim, na maioria das vezes ela não atinge o objetivo, conforme o especialista em segurança pública Robson Sávio, coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC Minas). Segundo ele, pesquisas feitas no Brasil mostram que a medida tem apenas 3% de efetividade no tratamento. “O problema não é individual. Tem relação com a família, com a sociedade, com o mercado de trabalho. A ação tem efeito apenas enquanto a pessoa está internada, porque nesse sistema ela é vigiada e punida”, afirma.

Na avaliação do especialista, a falta de políticas de longo prazo capazes de reatar os laços afetivos e familiares da pessoa, além de inseri-la em uma atividade profissional faz com que o paciente retome ao vício. Outro problema, na avaliação do especialista, é que a medida atenta contra os direitos individuais do paciente, que deve ter livre opção pelo tratamento. “Não podemos delegar ao Estado o uso do poder para tomar decisões na vida privada do indivíduo, que deve ser autor de seu tratamento”, avalia Sávio.
O especialista acredita ainda que há bons exemplos a serem seguidos por Minas e pelo Brasil, como a política de redução de danos adotada em Portugal. “São políticas públicas que não trabalham unicamente com a hipótese de largar o vício, mas também de diminuir os prejuízos, garantindo a criação de vínculos do indivíduo com o trabalho, a família e o meio social”, disse. Entre as ações adotadas no país europeu estão os centros de atenção para usuários e familiares que podem ser usados a longo prazo, explica.

Rede
Para o subsecretário de Políticas sobre Drogas da Secretaria de Estado de Defesa Social, Cloves Benevides, é preciso que o ciclo de tratamento não se encerre com a decisão judicial, e que o dependente tenha acompanhamento depois da internação. Ele cita um exemplo de um paciente que ficou internado por quase seis meses e que, dois dias depois de deixar o hospital, teve uma recaída. Há ainda, segundo o secretário, situações de dependentes que foram internados compulsoriamente mais de 10 vezes, a pedido das famílias, que voltam à Justiça para tentar outro tratamento.

“Nesses casos, a internação não estava necessariamente errada, mas precisamos oferecer o melhor serviço, observar a instituição, o perfil dos dependentes e a equipe de atendimento. O juiz se baseia num estudo médico e precisa de um retorno das medidas de qualidade para manter os pacientes protegidos. Não dá para uma pessoa ser internada involuntariamente 15 vezes”, alerta o subsecretário.

A Comissão Especial para Enfrentamento ao Crack fez duas reuniões e avalia 36 casos de internações involuntárias e compulsórias. Na primeira modalidade, o Ministério Público é comunicado, para que não seja caracterizado o crime de cárcere privado pelo hospital. Quando um paciente é internado compulsoriamente, o MP também acompanha o andamento processual e o cumprimento da ordem do juiz, observando os direitos do paciente.

“Fizemos um mapeamento das entidades, casos mais significativos e perfil dos acolhidos e na segunda-feira (hoje) lançaremos um plano que será executado até o fim do ano. Temos três equipes contratadas para o acompanhamento pós-internação, seja no apoio aos familiares ou na reinserção no mercado de trabalho”, conclui o subsecretário.

Prontuário
210
internações compulsórias foram determinadas pela Justiça em Minas desde julho de 2011

15
dependentes de crack e outras drogas, em média, são internados por mês no estado

80
internações estão em andamento em Minas na rede pública e particular que atende pelo SUS

1.350
leitos agudos existem no estado para tratamento daqueles que entram e saem dos hospitais

quinta-feira, 24 de maio de 2012


A luta Antimanicomial como expressão de voz e conhecimento

                                                          
                                 “A minha misão é revelar somente a verdade”  Estamira
                                                                                                                                  

Se a luta Antimanicomial não existisse a gente teria que inventá-la! Bom, seria uma ótima alusão ou adaptação de outros exemplos de coisas boas nascidas nesse mundo, tão complexo e contraditório. Assim, um movimento que se reinventa não perdendo a dimensão da sua realidade é o que constitui na cidade de Belo Horizonte uma das maiores expressões político-culturais que já se foi testemunha.
Faz mais ou menos quinze anos que alguns trabalhadores da saúde mental do Brasil, unidos a usuários e familiares de pessoas com sofrimento mental construíram uma nova forma de lidar com aquilo que a razão não é capaz de dar vazão; e, com o propósito de marcharem numa luta e num contentamento diferente do tratamento da loucura, abriram as portas dos manicômios e começaram a criar novos formatos para a expressão através da linguagem, através das formas, e alucinações para o tido “desvio” do real.
A luta Anitmanicomial em Belo Horizonte nesse meio sobrevive, mesmo que acompanhando duramente um pensamento que ainda teima em insistir na privação da liberdade e na segregação do delírio, dando passos importantes na formação, na intervenção política, na ocupação dos espaços da cidade (diga-se cada vez mais cerceada e privatizada) pelos que foram dela separados durante anos, privados dos direitos fundamentais, alijados da possibilidade de elaboração de suas angústias, desejos e realidades dissonantes.
Belo Horizonte é uma referência no Brasil na construção de uma política de saúde mental que se alicerça nos princípios do SUS, tendo como expressão fundante a territorialidade e um profundo engajamento de inúmeras pessoas para que Cersam’s (Centros de Referência em Saúde Mental), Centros de Convivência, Cersam AD (Álcool e Drogas), Residências Terapêuticas e outros equipamentos possam ser espaços de possibilidade de convivência com o sofrimento mental. Que sejam vínculos do real que não apagam o inconsciente, espaços esses cada dia mais solicitados pelo movimento estudantil a serem ocupados na formação pelos estudantes. Luta essa que se trava nos cotidianos da formação em saúde mental em todas as Universidades, e a UFMG não é exceção desse processo. Se a prática é repensada, é necessário repensar também a formação.
Se por um lado a luta feita institucionalmente é complexa e cotidiana, na rua a luta antimanicomial é expressa na circulação dos usuários por espaços públicos culturais, por outros serviços que lhes são direitos, e pela verdadeira necessidade de um vínculo que seja construído através da família, do Estado e da sociedade civil, que é convidada a se solidarizar e mudar a expressão do pensamento em relação à palavra do louco.
A maior manifestação dessa luta, em Belo Horizonte, se dá nas ruas todos os dias 18 de maio; e, é justamente pela construção desse espaço de sensibilização que surgem e ressurgem propostas de formação, de disputas políticas e de pensamento que a cada dia vão favorecendo, mesmo em meio a várias tentativas de retroceder nos avanços, a relação e vivência concreta da loucura na cidade que deve ser cada dia consquistada por todos e todas.
Com o sentido de sensibilizar, o dia 18 de maio é o de estar na rua, o louco mesmo, com a sua cara, com a sua expressão e com a sua voz! Colocando o samba composto por eles mesmos, fantasiado e colorido a partir das oficinas realizadas nos centros de convivência, e dando a cor e o jeito que só a loucura pode expressar para revolucionar uma realidade que sempre pediu a privação de direitos e liberdades.
Neste ano de 2012 esse movimento homenageia o SUS e todas as suas conquistas, provando que é necessário lutar todo dia para SUStentar (dessa forma mesmo, a temática deste ano) uma diferença que só aquele que convive com as vozes, as visões, as dores e prazeres do ser louco pode expressar na Avenida. A luta está aí, e o convite está feito para tod@s marchar em junto aos usuários dos serviços de saúde mental. Pois somente SUStentando a possibilidade do diálogo do diferente é possível construir uma cidade verdadeira e cada dia mais democrática.

Por uma sociedade sem manicômios!

Laila Vieira de Oliveira- Arte educadora, Coletivo Espaço Saúde UFMG

domingo, 20 de maio de 2012

Mostra Sapos e Afogados


"Devolva o meu corpo! Este corpo é meu! Não se pode falar a verdade...
Vocês podem não acreditar mas isso é tão verdadeiro que parece teatro!"





Estou precisando lhe falar... contar com você, nos fortalecer!!!
                                                                       Sílvia Maria
                                                                               atriz - Sapos e Afogados




SAPOS E AFOGADOS - MOSTRA 10 ANOS!!!!!
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Este ano o Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados comemora 10 anos de história! E para brindar por esta trajetória, como inicio das comemorações, o grupo irá realizar o  “Sapos e Afogados – Mostra 10 anos”, no Sesc Palladium.  Dentro da programação, entre os dias 17 e 20 de maio, irão apresentar grande parte de seu repertório com o que mais marcou esta trajetória.  Além disso, acontecerão também rodas de conversa com debates à respeito do trabalho do Sapos e Afogados, suas tangências com o campo da Saúde Mental e, também, de outros coletivos que realizam trabalhos artísticos com portadores de sofrimento mental.  A maioria das atrações deste evento serão surpreendidas com a intervenção de alguns convidados ilustres!  

Mais informações:

sábado, 12 de maio de 2012


Em defesa da vida e da cidadania, contra o preconceito e a intolerância!

As entidades que subscrevem este documento, apóiam e defendem a Reforma Psiquiátrica e a Luta Antimanicomial, vem expressar sua preocupação frente as matérias veiculadas em alguns órgãos da imprensa local sobre o incômodo expresso pelo Sr. Oscar Machado Filho, vizinho de um Serviço Residencial Terapêutico da cidade.

Como cidadãos que acompanham o processo de desconstrução do manicômio e seus cruéis efeitos de violência, anulação e exclusão dos portadores de sofrimento mental e como testemunhas do esforço, coragem e compromisso dos gestores do Sistema Único de Saúde desta cidade em romper com a humilhante condição de vida imposta a alguns por décadas, manifestamos nossa preocupação com o teor das notícias, notadamente preconceituosas,  mas acima de tudo, vimos registar nosso apoio e solidariedade aos moradores e trabalhadores deste SRT e à Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte na sustentação desta política e sua ética libertária.

Viver na cidade, conviver com outros cidadãos, ter acesso aos bens sociais, sem sofrer qualquer forma de constrangimento são alguns dos direitos do portador de sofrimento mental expressos na lei federal 10.216/01, assim como nas leis estaduais da reforma psiquiátrica. Vale destacar que as leis e a política de saúde mental municipal e nacional são conquistas da sociedade civil organizada que soube dizer e construir outro destino para a loucura no país. Não mais segregada, humilhada e excluída, mas livre para se tratar e viver. Este é o sentido e a diretriz da Reforma Psiquiátrica.

O orgulho que temos da política de saúde mental desta cidade é partilhado por várias instituições e cidadãos em todo o país. Belo Horizonte é a referência brasileira de desconstrução do manicômio. Reconhecimento, que é fruto do trabalho que aqui se faz! 

Um bem público, portanto, que não pode ser submetido a interesses privados e contrários à gestão pública. E isto nos leva a declarar: apoiamos e sustentamos o direito de todos os cidadãos, diferentes sujeitos humanos, poderem viver em liberdade! Apoiamos e sustentamos, com os gestores do SUS-BH o compromisso com a inclusão social de todos os portadores de sofrimento mental. E, queremos ver todos os manicômios ainda existentes em Belo Horizonte serem substituídos por serviços abertos e territoriais e o preconceito e a intolerância efetivamente superados e em seu lugar o exercício da dignidade, gentileza, solidariedade e respeito à diferença como marcas da relação entre os habitantes desta cidade.

Ante a tão cruel manifestação, entendemos, cabe uma única resposta: o convite ao exercício da cidadania e a sustentação ética do direito à liberdade para todos. 


Belo Horizonte, 04 de Maio de 2012

Assinam este documento:

Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de João Monlevade – ASSUME

Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais – ASUSSAM

Associação Loucos Por Você – Ipatinga
Associação Mente Especial – AME – Ribeirão das Neves

Associação Vida que Te Quero Vida – Betim

Coletivo dos trabalhadores do SUS para discussão das práticas públicas de atenção a usuários de álcool/drogas

Coletivo de residentes da Residência Multiprofissional de Saúde Mental da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais e SMSA/Betim
Coletivo Espaço Saúde
Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRO-04)
Fórum de Formação em Saúde Mental de Minas Gerais
Fórum Mineiro de Saúde Mental
Grupo de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania/IHG
Pastoral Nacional do Povo da Rua
RENILA- Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial
Sindicato dos Psicólogos de Minas Gerais
Suricato – Associação de Empreendimentos Solidários de Saúde Mental

sexta-feira, 11 de maio de 2012


NOTA DE PROTESTO E REPÚDIO AO GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS: 

DESRESPEITO E RETROCESSO NA POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL INADIMISSÍVEIS



As entidades abaixo elencadas repudiam a transferência, ocorrida no dia 30/04/2012, de 17 pacientes do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG), internados há anos na Clínica Serra Verde, para a Casa de Saúde Santa Izabel, hospital psiquiátrico privado localizado no município de Barbacena,  sem qualquer tentativa prévia de trabalho e abordagem que apontasse a possibilidade de desinstitucionalização destas pessoas para outros lugares onde a vida se coloca presente, ou seja, para suas próprias moradias ou mesmo os Serviços Residenciais Terapêuticos previstos pelo Ministério da Saúde e já implantados em municípios mineiros. 

Não bastasse a transferência em si, a maneira como tal ação ocorreu nos horroriza e atesta, infelizmente, quão atual é a chamada indústria da loucura, causa e efeito do preconceito e da intolerância. Vários dos pacientes não concordaram com a transferência, assim como os familiares que além de não concordarem também, alguns, nem foram comunicados de tal ação. A realidade é esta: pacientes psiquiátricos tratados como meros objeto e mercadoria e excluídos da possibilidade do saber, do desejo e da vontade.

Por anos a fio, estes pacientes ficaram internados num hospital, cuja precária assistência, de conhecimento público, foi objeto de inúmeras denúncias, auditorias e punições pelo gestor público municipal e quando este, enfim, resolve fechá-lo, e fazer um trabalho de desinstitucionalização com todos os pacientes internados, o Governo do Estado de Minas Gerais, através do IPSEMG e da Secretaria de Estado da Saúde, negam a estas pessoas o direito de uma nova vida, transferindo-os arbitrariamente, para outro hospital psiquiátrico.

Curiosamente, o IPSEMG sempre pagou valor de diárias correspondente ao dobro que o SUS pagava, ou seja, atualmente, em torno de R$3.000,00 (três mil reais)/por paciente/mês. Um terço desse valor por paciente daria para montar e manter um SRT com 8 a 10 moradores. Por que o IPSEMG recusa-se ao longo dos anos a garantir aos seus usuários este direito? Viver dignamente, em liberdade! Porque o IPSEMG prefere dar, com dinheiro dos cofres públicos, em torno de R$60.000,00 por mês a um hospital psiquiátrico privado, para trancar, segregar e excluir 17 pacientes, ao invés da gastar menos de R$20.000,00 na abertura e manutenção de 2 SRT que acolheriam a todos estes pacientes, inserindo-os na vida da comunidade e da cidade? 

Não podemos concordar com esta atitude violenta e desrespeitosa do Governo do Estado de Minas Gerais para com os portadores de sofrimento mental. Em outros momentos já anunciávamos o risco de retrocesso da Reforma Psiquiátrica no Estado de Minas Gerais em outras ações higienistas e retrógadas  do governo atual neste campo. Agora, nosso temor materializa-se mais uma vez e nos faz repudiar veementemente este desmando do governo estadual.

POR UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS
SAÚDE NÃO SE VENDE, GENTE NÃO SE PRENDE


Belo Horizonte, 04 de maio de 2012


Assinam este documento:

Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de João Monlevade – ASSUME

Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais – ASUSSAM

Associação Loucos Por Você – Ipatinga
Associação Mente Especial – AME – Ribeirão das Neves

Associação Vida que Te Quero Vida – Betim

Coletivo dos trabalhadores do SUS para discussão das práticas públicas de atenção a usuários de álcool/drogas

Coletivo de residentes da Residência Multiprofissional de Saúde Mental da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais e SMSA/Betim
Coletivo Espaço Saúde
Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRO-04)
Fórum de Formação em Saúde Mental de Minas Gerais
Fórum Mineiro de Saúde Mental
Grupo de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade
Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania/IHG
Mandato do Deputado Rogério Correa
Pastoral Nacional do Povo da Rua
RENILA- Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial
Sindicato dos Psicólogos de Minas Gerais
Suricato – Associação de Empreendimentos Solidários de Saúde Mental

segunda-feira, 30 de abril de 2012

AULA PÚBLICA SOBRE DROGAS E DEMOCRACIA

Segue a carta de divulgação para a aula de Domiciano Siqueira e José Luiz Quadros, no dia 02 de maio, quarta-feira.


Prezados  Colegas,
 
A Frente Mineira Sobre Drogas e Direitos Humanos (FMDDH) convida-o para participar da Aula Pública a ser realizada no dia 2 de Maio de 2012, na praça da Assembléia Legislativa, às 15horas (espaço das Bandeiras). A Aula Pública tem como objetivo promover uma discussão com a sociedade sobre a questão de álcool e outras drogas, que nos últimos tempos tem ocupado os meios de comunicação e também as pautas dos governos.
 
Aula Pública tem como tema: “Drogas e Democracia: Por uma Política sustentada nos Direitos Humanos”.Teremos como convidados: Professor Dr. José Luiz Quadros de Magalhães – prof. Titular da PUC, prof. Adjunto da UFMG, presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos; Domiciano Siqueira – Redutor de danos com mais de 16 anos de experiência no campo de álcool e outras drogas, presidente da ABORDA.
 
Sua participação será fundamental para a construção da cidadania, dignidade e direitos humanos nas políticas sobre álcool e outras drogas.

Att,
 
Marta Elizabeth de Souza
Conselho Regional de Psicologia - MG
31- 2138-6768

sábado, 28 de abril de 2012

Episódio 3 - A quem interessa divulgar uma "epidemia do crack" ?!





Aqui temos elementos para entender a relação entre as comunidades terapêuticas e a tentativa de privatização dos serviços de saúde.
Segundo episódio da série "Drogas e Cidadania" - campanha do Conselho Federal de Psicologia







terça-feira, 24 de abril de 2012



18 de Maio
Dia Nacional da Luta Antimanicomial 2012








Nossa manifestação do Dezoito de Maio desse ano sustentará a defesa do SUS – Sistema Único de Saúde, cujos princípios reafirmam o direito à vida em plenitude, ao considerar a saúde em seu sentido mais amplo, ou seja, como também o direito ao trabalho, lazer, moradia e cultura. Esta escolha vem no sentido de fortalecer a construção de um outro mundo possível, mais justo, igualitário e acessível a todos, corroborando para as transformações sociais pelas quais lutamos. Um sistema único sensível à diferença, para que seja cada vez mais sensível em seu fazer.

No histórico Encontro dos Trabalhadores de Saúde Mental em Bauru (SP), em 1987, os militantes da luta antimanicomial escolheram um lema para marcar e reafirmar o sentido de sua existência: “Por uma Sociedade sem Manicômios”. Ficou estabelecido o dia 18 de Maio, como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, para sinalizar o correr da luta para uma conquista inadiável: o espaço para a loucura na cidade e na cidadania.

Belo Horizonte cumpre esta agenda desde então, provocando o pensamento para abrir espaço à implantação da ousada política de saúde mental em rede, produzindo as primeiras mudanças e evidenciando a viabilidade de tal intento.  Em 1997, quando a loucura já transpirava e circulava em outro cenário, aconteceu pela primeira vez na cidade a manifestação político cultural no formato de carnaval, e assim é até hoje. Os sonhos de liberdade e as proposições para sua realização se expressam de forma lúdica, sensível e crítica, embalados pela Escola de Samba Liberdade Ainda que Tam Tam, intervindo na cena urbana ao provocar reflexões sobre o lugar social da loucura em seu encontro com a arte e o pensamento.

Recolhendo fragmentos dos sambas de enredo dos Dezoitos de Maio, de 97 até hoje, trazemos aqui um pouco da tônica desse acontecimento, sua disposição, estratégia e finalidade, o fim dos manicômios.
A organização cronológica não foi uma preocupação nesse caleidoscópio de invenções musicais, mas vamos lá!

Ponho o pé na avenida, de novo prá te encantar, pois todo ano eu passo por aqui, vou cantando em versos o que eu vivi, levando nossa bandeira com seus personagens, pois um caminho já se faz aberto.
 E bem me lembro que a história começou com um italiano chamado Basaglia que viu e anunciou que a loucura estaria nas ruas. E desde quando Bispo do Rosário endoidou e sua arte iluminou, tal e qual, trago minha  teia para andar livre em meu caminho.
Sendo assim, em minhas vagas e confusas visões, vejo o grande expresso da agonia, trazendo como emblema essa folia: abram alas para aprender a lucidez perdida pelo abuso da razão.
Abram alas para ver no CERSAM a ousadia de uma janela para o ar, e de quebra, pintar o mundo numa aquarela nos Centros de Convivência.
Descrevendo o que acontece, lembro-me de ter experimentado que cabeça é palha que fica acesa noite e dia e quando atrapalha, bota remédio em tanta fantasia...
E nas linhas de frente, nos comícios contra os hospícios, desafiei algumas vozes, dizendo: me mostra preto no branco, que eu quero ver, a verdadeira mentira aparecer.
 No verso e reverso do sonho por um outro lugar, apostei nas conquistas da nossa luta por delicadeza.
Agora e como sempre, ao contagiar a cidade com alegria e irreverência, afirmamos que em mim e em ti existe solidariedade para vencer a exclusão e olha só, sou mesmo o rei da loucura com muito samba na cintura. E, por tudo isso, sou maluco, sou beleza. Sou eu mesmo nesse louco encanto!! 
Posso garantir que foi muita luta prá chegar até aqui! Por isso, quando a Liberdade Ainda que Tam Tam entrar na avenida, batam  palmas prá nós, pois os  tambores seguirão batucando pelo bem.

Esse é o jogo, o tom, o ritmo e matizes que afirmam que a liberdade faz da vida passarela no Dezoito de Maio em Belo Horizonte e do qual participam (sempre bem vindas) outras cidades de Minas. Nesse ano de 2012, trazendo como eixo o tema “SUStentar a Diferença: Saúde não se Vende, Gente não se Prende”, nossa manifestação vai convocar a todos à defesa da saúde como um direito universal e como um dever intransferível do Estado. Universalidade, integralidade, eqüidade com acesso e controle social são os princípios caros e inalienáveis do SUS, resultado de tantas lutas por um Brasil melhor e para todos!

Apesar de todas as suas conquistas, sabemos também reconhecer seus impasses. O SUS ainda é um processo em construção, relativamente jovem e vem passando por momentos difíceis. Ao longo deste texto e do desfile, vamos falar de alguns. 

“A chamada crise do SUS, tão propalada pela mídia brasileira, que trabalha muito a partir do que não funciona, do escândalo, do mal feito, não é a crise da saúde como um todo ou do sistema, é mais do que tudo a crise da assistência médico-hospitalar – crônica e antiga. Nosso modelo de atenção ainda é hospitalocêntrico e privado. Não é a crise do setor público, é a crise do modelo que ainda se baseia na compra de serviços privados. Cerca de 70% dos leitos do SUS no Brasil são leitos contratados do setor privado ou filantrópico” (Revista Radis, nº 106).

Outro argumento que tem colocado o SUS em risco é a afirmação de que o setor público é inoperante e burocrático, justificando o surgimento de modelos de gestão apoiados em terceirização, em redes privadas ou trabalho precário: as OSs (organizações sociais), Oscips (organizações da sociedade civil de interesse público), as PPPs (parcerias público privadas), etc. O eixo de um sistema público universal e solidário tem que ser estatal. O verdadeiro terceiro setor pode e deve ser parceiro importante, mas não pode substituir o Estado.

O subfinanciamento compromete um SUS de qualidade e é um dos vários problemas ainda não resolvidos. Apesar da aprovação da Emenda Constitucional 29, os recursos ainda não foram assegurados.

Queremos também falar do SUS que não se vê. O Sistema faz parte do dia a dia de todos os brasileiros (ações de vigilância em saúde, como o trabalho da vigilância sanitária e as campanhas de imunização; procedimentos de alta complexidade, como o transplante de órgãos; programas de promoção e tratamento, como o combate ao HIV/aids, a farmácia popular, etc), mas não é reconhecido enquanto tal.  Os usuários do SUS têm visão muito mais favorável sobre ele do que aqueles que não o utilizam.

Esta homenagem vem também da constatação de que a Reforma Psiquiátrica brasileira só foi possível e viável devido à existência de um sistema nos moldes do SUS, que além de prever a garantia do direito à saúde da população brasileira, propõe uma nova modalidade de relação entre estado e sociedade.
Portanto, nosso desfile/manifestação cantará em verso e prosa, a história e as memórias, os sentidos da luta e as vitórias, somados o desejo de futuro, sem perder o tom, a elegância e nem a crítica que constrói e faz crescer o SUS.

Já sabemos que para alcançar as transformações necessárias à vida em sua dignidade, só precisamos de pés livres, de mãos dadas e olhos bem abertos!

O enredo proposto será desenvolvido através das seis alas, organizadas e descritas da seguinte maneira:

Ala 1: “Era uma época pouco engraçada, não tinha SUS, não tinha nada”.
A primeira ala contará a história da saúde no Brasil e das lutas populares na construção da cidadania. Uma história cuja continuidade espera pelo seu protagonismo. 
No Brasil, a construção de políticas de saúde tem início com a preocupação do Estado em controlar a “limpeza” do espaço, principalmente o urbano. Como medida de “saúde”, mendigos, loucos, prostitutas entre outros excluídos, eram rejeitados socialmente e deviam estar longe da visão da população. Além disso, houve uma época em que o governo pensou que para conter a disseminação das doenças era necessário implantar a vacinação compulsória o que deu origem à Revolta da Vacina. Como a saúde ainda não era uma demanda organizada da sociedade, os governos e patrões estendiam esse direito somente aos que tinham emprego formal. Surge então uma contestação social em que os movimentos começaram a se organizar dizendo que a saúde é necessidade básica, dizendo da necessidade da construção de um sistema universal de saúde que atendesse às demandas das pessoas. Com organização popular, trabalhadores e usuários ocuparam a VIII Conferência Nacional de Saúde e foi possível pautar e aprovar na constituição brasileira de 1988 a “Saúde como direito de todos e dever do Estado”. Assim, o Sistema Único de Saúde (SUS) é criado e diz que saúde é direito à moradia, trabalho, lazer, educação, além de acesso universal e integral  aos serviços de saúde. Hoje temos um SUS jovem, que carece de muitos olhares e incentivos, mas que de pouco a pouco caminha, e é tarefa de todos darem seguimento à sua construção, todos os dias.

Ala 2: “A gente não quer só remédio, a gente quer remédio, diversão e arte”
Esta ala mostrará que o avanço da medicina moderna, altamente tecnológica, é paradoxalmente, insuficiente para atender a demanda do ser humano, que quer muito mais do que oferece o discurso biologicista e que hegemonicamente se impõe em nossa sociedade. Os serviços e a lógica de atenção idealizadas e sustentadas pelo SUS tentam, muitas vezes com sucesso, desconstruir a lógica medicalizante e hospitalocêntrica que imperou, sem qualquer questionamento no campo da saúde brasileira. 
Esse momento do desfile será a nossa homenagem às invenções do SUS, aos serviços que fazendo a diferença conseguem ampliar o conceito de saúde para além dos princípios sanitários, em especial o PSF e os diversos serviços substitutivos da saúde mental, as ações de promoção da saúde como tão bem o fazem os Centros de Convivência, as Academias da Cidade, as intervenções ousadas no campo do álcool e outras drogas, como a Redução de Danos e os Consultórios de Rua e, finalmente, ilustrando a parceria fundamental e imprescindível das Reformas Sanitária e Psiquiátrica, os CAPSTRANOS, junção poética, neologismo militante, que faz referência aos CAPS e ao grande sanitarista, Davi Capistrano.

Ala 3: “Não quero ser selado, avaliado, ritalinado, aprisionado, prá poder voar”
A ala das crianças e adolescentes vai cantar e contar para dar conta de que saúde implica diferença: cada um dá sentido à sua vida como é melhor para si, pois os enquadramentos não permitem o singular. Todas as estratégias de aplicar sobre a infância regras que massificam e igualam, negam essa idéia de saúde. Não dá para pensar que a infância ideal é a da bailarina da música do Chico Buarque, que não tem coceira, não tem piolho, não tem namorado... Meninos e meninas andam nas ruas, por vezes dão pum, usam drogas, por vezes detestam a escola e não raro querem fazer música. As medidas de assepsia e controle do comportamento podem ser vistas como medidas disciplinadoras, de exercício de poder, mas nem sempre visam a melhor saúde ou o desenvolvimento pleno. Para cada um a saúde é de um jeito, e a de todos deve caber dentro do SUS. Meninos e meninas, adolescentes ou crianças, querem afirmar-se no mundo, curtir, zoar, rir, amar. Muitos terão perebas, frieiras, outros terão um irmão meio zarolho e muitos levarão suas marcas pela vida.

Ala 4: SUSpirado? Pändecer no paraíso!”
A ala da loucura que já é uma tradição nos desfiles da Liberdade Ainda Que Tam Tam, com  a beleza e irreverência que lhe são peculiares, irá pändecer, colorir  e ousar nos delírios e alucinações por um mundo que reafirma o Sistema Único de Saúde, com todos os seus avanços e conquistas, mas também com mais financiamento e melhor gestão. Nesta miragem do futuro, os efeitos desse sonho iluminarão os sons, degustarão a cor e escutarão o cheiro do vento que anuncia a importância dos princípios do SUS e da Reforma Psiquiátrica na construção de uma sociedade sem manicômios. E para embarcar confortavelmente nesta viagem, recorremos à seguinte citação: “Imaginação é o início da criação. Nós imaginamos o que desejamos; nós seremos o que imaginamos; e, no final, nós criamos o que nós seremos”. (G.B. Shaw). E assim, o mundo pode ser melhor; no futuro o SUS vai estar curado dos males que o atingem desde sua criação, que são o sub-financiamento e a má gestão. 

Ala 5: “É tempo de não mais se contentarem com essas gotas no oceano”
Esta ala é uma reverência a todos os trabalhadores da saúde, homens e mulheres operadores da política pública ampla e ousada, conquista cidadã do povo brasileiro Rendemos nossa homenagem aos protagonistas imprescindíveis no processo de construção e consolidação do SUS, bem como suas entidades representativas, sindicatos e conselhos de classe, presentes e atuantes nos fóruns de controle social. Sabemos que a utilização dos avanços tecnológicos e da alta tecnologia não substituirá a atuação de um profissional de saúde na função essencial de atendimento àqueles que necessitam de atenção. Acreditamos na tecnologia das relações enquanto garantia do vínculo necessário a uma boa gestão clínica. Trabalhar na saúde é uma opção que se direciona no sentido de uma prática voltada para o cuidado das pessoas em sua diversidade.
Tal prática é potencializada, por sua vez, pela articulação e interlocução dos discursos e fazeres de todas as categorias profissionais que asseguram uma assistência qualificada e diversa, por isso, o trabalho em equipe, uma das estratégias mais importantes no campo da saúde. Transversalizar os saberes buscando a efetividade do trabalho compartilhado, vivo e ampliado, considerando os diferentes aspectos da vida humana, sentido ou razão do trabalho em saúde. Retomando o mesmo poema de Bretch, do qual tomamos emprestado o título desta ala, localizamos a capacidade de transformação desse segmento: “... o mundo precisa de suas sugestões, o mundo olha para vocês com um resto de esperança e espera por suas exigências” para um outro SUS possível!!
  
Ala 6: “Sem saber que era impossível, ele foi e fez”
A última ala traz como tema a liberdade, questão tão atual e presente, propondo uma reflexão acerca desse valor ou condição da existência plena.
O homem é a sua liberdade, o homem é antes de tudo livre. Estas são definições sobre as quais nos debruçamos na tentativa de achar um ponto de ligação às questões do cotidiano da existência. Pensar a liberdade em relação às amarras da mera sobrevivência, à cadeia do trabalho escravo ou assalariado, à privação dos diversos direitos e a alienação em relação aos nossos deveres de cidadãos é a pergunta que não quer calar.
Entendendo o crescimento da liberdade enquanto conquista da cidadania, localizamos o caminho a percorrer e que vai de encontro ao sentido da nossa luta, hoje e sempre, até habitarmos uma cidade sem muros, reais ou imaginários, que inviabilizam o acesso à condição de ser pensante, criativo e com seus direitos garantidos.
Uma sociedade sem manicômios pressupõe essa liberdade!
E para aquecer os tamborins, localizando o sentido das palavras acima, fechamos esta argumentação com o memorável samba da Imperatriz Leopoldinense,
Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós...
E que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz.
Saudações antimanicomiais!!
Belo Horizonte, março de 2012.
FOFO-MG PARTICIPA DA SEMANA DA DIVERSIDADE NA PUC - COREU


IV Semana da Diversidade em Psicologia – 23 a 26 de abril de 2012

TEMA: 50 anos de reconhecimento da profissão de psicólogo - Compromisso Social e Ético da Psicologia XX Jornada da Clínica de Psicologia: O Compromisso Social da Clínica de Psicologia VI Jornada da Ênfase Psicologia, Organizações e Sociedade: Novos Modelos de Intervenção e Atuação Ética e Técnica

25/04/2012 – 4a feira - 20:30-22:30h

Roda de Conversa: formação acadêmica em relação à prática na saúde mental

Grupo FOFO (Fórum de Formação em Saúde Mental): Tuliola Lima, Jarbas Vieira e Diego Pastana

Coordenação: Profa Fabiana de Andrade Campos

Local: Auditório 3 – Prédio 43





terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

CAMPANHA DO CFP SOBRE O USO DE DROGAS E CIDADANIA

  • CFP lança primeiro vídeo da série Drogas e Cidadania

O Conselho Federal de Psicologia apresenta o primeiro vídeo da série Drogas e Cidadania, novo elemento da campanha sobre o tema. Leia mais